O modelo impactou o mercado e continua a influenciar as decisões mundiais.
Quem diria que três letrinhas pudessem mudar tanto o ambiente empresarial?
Ao longo dos últimos anos, o lucro deixou de ser o único protagonista nas corporações. Para além do quantitativo, o valor qualitativo, gerado a todas as partes na empresa (stakeholders), passa a ser um objetivo a ser alcançado pelo negócio.
Uma das formas de adicionar esse “valor” é fomentar ações de sustentabilidade no ambiente corporativo. Nesse sentido, a sigla ESG se tornou sinônimo de boas práticas ambientais, sociais e de governança no mundo dos negócios e vem ganhando destaque nos objetivos da governança empresarial.
Mas... O que é ESG?
O termo é uma sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance. Em português: Ambiental, Social e Governança (ASG).
O início da discussão sobre ESG foi em 2004, presente em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) intitulado “Who Cares Wins” (quem se importa ganha), que estabelecia diretrizes que incluíssem as questões ambientais, sociais e de governança para o mercado financeiro. Aos poucos, o conceito migrou para outros setores da economia e ganhou força definitiva na Agenda 2030 da ONU e no Acordo de Paris.
O conceito mais utilizado anteriormente era dos 3 Ps (Person, Planet and Profit). A ideia era manter o equilíbrio entre os três âmbitos onde o lucro teria maior ênfase para sustentar os outros dois pilares. Dessa forma, o ESG se torna uma evolução dos 3 Ps, onde o lucro deixa de ser o ponto central e a governança passa a ser um valor a ser pensado. Ou seja, as relações comerciais, sejam internas ou externas, passam a fazer parte das condutas a serem avaliadas dentro do sistema.
Assim, ESG é mais que uma política de compensação, é uma estratégia sólida e planejável que fortalece as políticas sustentáveis da empresa, suas condutas e relações.
Os pilares do ESG
O objetivo do ESG é integrar fatores ambientais, sociais e governamentais no mercado de capitais. Para isso, estabeleceu-se diretrizes para que as empresas possam agir em cada um desses âmbitos.
Ambiental: estratégias de sustentabilidade e preservação de recursos. Redução da poluição do ar e da água. Redução da emissão de carbono, utilização de materiais de materiais recicláveis na confecção de novos produtos. Utilização de fontes limpas e renováveis. Aquecimento global, desmatamento, escassez da água, exploração irregular da matéria prima, descarte de resíduos, logística reversa.
Social: ações direcionadas às comunidades e seus públicos internos e externos. Boas práticas nas relações de trabalho respeitando as leis vigentes e dando segurança física e emocional aos colaboradores. Licenças maternidade e paternidade estendidas. Projetos sociais. Apoio e incentivo a diversidade e inclusão. Respeito ao código do consumidor. LGPD. Patrocínio e apoio as ações culturais.
Governança: diretrizes, regras, normas e processos que guiam um processo como um todo e as suas relações internas e externas desde o colaborador ao governo. Políticas anticorrupção. Dispositivos de prevenção a fraudes. Transparência e integridade com todos os pontos de contato.
Esse tripé deve funcionar como um norteador das condutas de todas as áreas de uma empresa. Todas as letras da sigla devem ser praticadas ainda que uma ou outra tenha mais destaque devido a área de atuação de negócios.
Quais empresas podem colocar o ESG em prática?
Se engana quem pensa que apenas as gigantes marcas, que participam das bolsas de valores, podem inserir o ESG na sua cultura corporativa. De acordo com uma pesquisa realizada pela Akatu e Globescan, mais de 60% dos consumidores esperam que as empresas tenham metas que tornem o mundo melhor.
O mercado e os investidores não aceitam mais organizações que andem na contramão do que a sociedade exige no seu poder compra. Por isso, âmbito dos negócios, se uma empresa deseja crescer deve incentivar comportamentos de ESG em sua gestão para que seja alvo de investimento e parcerias.
O ESG é pra todos nós. Todos podemos adotar condutas sustentáveis, que geram valor nas ações empresariais para além do lucro. Pesquisar sobre essas condutas também no momento do consumo é um hábito muito importante na manutenção e incentivo das práticas de ESG nas marcas.
Por isso, seja uma marca ou uma pessoa, você pode fazer a diferença!
Muito top esse artigo! Vale a pena a leitura!