Um projeto que envolve o meio ambiente necessita de uma gestão eficaz que possibilite identificar os stakeholders, aprimorar a comunicação e mensurar os resultados.
O ESG convida a sociedade, os governos e as empresas a tomarem atitudes em relação ao mundo. A ideia é que os três pilares fomentem ideias e planos que torne mais harmonioso a coexistência do consumo e da sustentabilidade.
Devido a isso, muitas empresas no mercado inseriram o ESG nos seus negócios. Cerca de 78,4% dos empreendedores passaram a implementar a agenda em sua vivência, segundo pesquisa do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU).
Uma das matrizes da sigla é a sustentabilidade. Logo, mais projetos visando a proteção e manutenção do meio ambiente são criados. Todavia, ações como essas precisam ser feitas de forma estratégica e mensurável, permitindo que tudo seja tangibilizado em gráficos e números consistentes.
Para descobrir como tornar o seu projeto ambiental mais profissional, continue lendo.
O que é a gestão em projeto ambiental?
A gestão de um projeto ambiental segue as premissas básicas dos outros planejamentos de negócios. O que difere é a acessibilidade ao plano e em como ele pode ser utilizado tanto para impactar as pessoas quanto a empresa.
Outro fator importante nesse tipo de gestão é a conexão entre a empresa e a sociedade. Uma marca que se coloca na posição de ser um agente transformador de realidades acaba criando vínculo com os consumidores e a comunidade em que está.
A humanização da marca é uma das principais vantagens ao realizar ações sociais, pois permite uma conexão emocional com o que ela representa. Logo, para a empresa torna-se vantajoso não apenas ajudar as causas, mas o posicionamento fortificado que terá no mar de concorrentes.
Como fazer a gestão de um projeto ambiental na empresa?
Existem diferentes tipos de ações ambientais. Por exemplo, existem empresas que preferem arrecadar dinheiro, seja ao descontar na folha de pagamento dos funcionários que escolheram a modalidade ou por PIX. Há outras que preferem realizar ações práticas, como plantio de árvores em zonas que precisam. E também há aquelas que firmam parceria com instituições que já realizam ações de meio ambiente. Dessa forma, elas entram como força de trabalho extra.
Como você pode ver, as formas de ações voluntárias de meio ambiente são inúmeras e singulares. Porém, há uma estrutura que permite gerir de forma mais padronizada cada uma delas. Descubra nos tópicos abaixo:
1ª Etapa: Diagnóstico
Para realizar ações de sustentabilidade com impacto real e que façam sentido para a empresa, é necessário partir de um ponto de estudo. Na fase de diagnóstico, avalia-se:
Identidade da marca;
Porte da empresa;
Quantidade de funcionários;
Vantagens e desvantagens do cenário;
Oportunidades;
Envolvimento dos colaboradores;
Disponibilidade de investimento;
Área de atuação da marca.
Cada uma dessas fases evidencia pontos pertinentes para o desenvolvimento da futura ação ambiental. Assim, ela será pensada para comportar a realidade do negócio, contemplando os valores e os aspectos lógicos, como a estrutura e organização interna.
Um dos maiores problemas ao tratar sobre ações é a desmotivação dos participantes ao se depararem com algo maior do que podem fazer naquele momento ou algo que não faz sentido para o core business. Então, a fase de diagnóstico permite evitar que essa adversidade ocorra.
Para construir uma boa base de dados, são realizadas reuniões com membros chave da empresa a fim de entender a realidade de diferentes setores, como rotina, períodos de trabalho mais intensos e perfil geral das pessoas.
Agora, tratando-se dos participantes da sociedade, é essencial que haja pesquisa também. Há ações que poderão envolver a sociedade mesmo sendo ambientais. Então, é importante que ela também seja analisada para que os seus esforços sejam direcionados e dê resultados satisfatórios. Alguns fatores que podem ser levantados:
Classe social da comunidade;
Principais dificuldades e carências;
Acessibilidade de transporte;
Costumes locais (há um lugar de encontro, como uma praça?).
Assim, você terá por onde começar a traçar a sua estratégia de forma embasada e, consequentemente, mais eficaz.
2ª Etapa: Entendimento sobre os funcionários
Um projeto ambiental é feito por pessoas. Logo, entendê-las e adaptar o planejamento ao perfil delas é essencial para o sucesso da ação.
Nessa etapa, é possível rodar uma pesquisa interna para absorver ainda mais informações e detalhes acerca da percepção dos colaboradores. Busque compreender:
O perfil de voluntário (se nunca fez ação, se é desmotivado, se tem interesse, se já faz fora da empresa, etc);
Demografia (idade, gênero, regiões de moradia, estado civil, etc);
O que sabem sobre meio ambiente e ações voltadas a ele;
Habilidades, como trabalho em equipe, liderança e outras;
Hobbies;
Por onde geralmente se informam;
Quais redes sociais gostam mais.
É importante entender os pontos que compõem cada perfil de funcionário para que as estratégias de movimentação de voluntariado se tornem maiores e mais convidativas. De nada adianta realizar esforços de comunicação por WhatsApp, por exemplo, se eles preferem ser contatados por e-mail.
Entender o grau de vontade e comprometimento com ações permite que ideias de ações sejam desenvolvidas de modo que faça sentido a todos. Pode ser que naquele momento em específico, a equipe acredite que o suficiente seja doar. Porém, é importante traçar planejamentos que possibilitem desafiar as pessoas a saírem da zona de conforto também.
Algumas empresas, possuem equipe dedicada às ações de sustentabilidade também. Geralmente, são pessoas que entendem as nuances desse tipo de projeto com maior profundidade e buscam se capacitar nesse tipo de ações. Também, podem fazer parte de uma empresa que possui alguma atribuição relacionada diretamente ao meio ambiente (como empresas de cosméticos, embalagens, etc), apesar de não ser obrigatório para a criação do comitê.
E os esforços não acabam ao conseguir novos voluntários. É preciso mantê-los interessados e engajados. Portanto, ao entender os perfis, encontre padrões de personalidade que possam servir de embasamento na hora de estimulá-los a permanecerem comprometidos, seja por meio de gincanas, de reconhecimentos ou de outra forma de prestígio e integração.
É necessário realizar um processo similar com a comunidade escolhida, se houver na sua ação. Investigue pontos como:
Hábitos da comunidade;
Rotina;
Principais interesses;
Como utilizam os meios de comunicação.
Cada grupo de pessoas terá as próprias dificuldades, então essa fase precisa ser feita de forma criteriosa e analítica para criar boas personas.
3ª Etapa: Capacitação
O aprendizado é um dos pilares das ações de meio ambiente com impacto. É fato que ninguém sabe de tudo e entender isso permite que você desenvolva um olhar acolhedor e empático ao lidar com as diferentes realidades da sua equipe.
Além de que se a sua empresa não possui iniciativas como essa, é natural que o primeiro pensamento de todos sejam “Como eu vou fazer isso?”. É aí que entram as capacitações.
Lá no formulário, há o tópico de habilidades. Com ele, é possível destacar quais são as mais fortes no grupo, mas também é possível verificar quais precisam ser trabalhadas e estimuladas. As capacitações servem justamente para sanar essas lacunas de conhecimento, que podem ser tanto subjetivas quanto práticas. Você pode:
Promover capacitações técnicas de gestão de equipe;
Realizar momentos de palestras e workshops que estimulem o aprendizado;
Organizar uma roda de interações em que as pessoas possam trocar experiências;
Realizar dinâmicas que potencializem características.
E não se esqueça de periodicamente reavaliar as necessidades da sua equipe de modo que os ensinamentos sejam constantemente acessíveis.
4ª Etapa: Acompanhamento e mensuração
A gestão do projeto para o meio ambiente continua mesmo durante as ações e também quando são finalizadas. Reservar um momento para sentar-se e dialogar com as pessoas, ou pequenos grupos delas dependendo do tamanho do time, é uma ótima ideia para entender as nuances e subjetividades no que tange às ações.
Às vezes, na rotina, problemas surgem e são solucionados ou esquecidos devido à velocidade dos acontecimentos. Então, estabelecer datas para promover diálogos abertos permite encontrar padrões de adversidades e propor soluções.
Algumas dúvidas podem ser muito pontuais por causa da singularidade da ação, então esse encontro permite que a sua equipe esteja alinhada.
A parte de mensuração precisa ser feita a partir de pontos avaliativos do projeto de meio ambiente. Por exemplo, em uma ação de arrecadação, alguns pontos mensuráveis podem ser:
Quantidade de pessoas que doou;
Quantas pessoas doaram mais de uma vez;
Quanto foi arrecadado;
Qual modo de arrecadação foi mais eficiente.
É possível mensurar também fatores como emissão de carbono, especialmente se foram feitas ações que buscassem a redução da emissão de gases na atmosfera.
Além disso, um olhar crítico ajuda a entender qual movimentação foi feita que resultou em doações. Dessa forma, conseguimos analisar de fato qual estratégia deu resultados.
No que tange à comunidade que está trabalhando, pesquisas de satisfação são uma boa forma de começar. Explore tópicos como:
Qualidade da ação;
Qualidade das pessoas envolvidas;
Se participaria novamente.
Além disso, no meio do projeto ambiental é possível colocar alguns pontos de avaliação. É possível mensurar quantas pessoas foram na ação. Se ela foi feita em dias diferentes, qual a média de pessoas foram, qual período do dia, qual dia deu mais pessoas, etc.
E não se esqueça: abra margem para ouvir sugestões. Quem tem a voz são os envolvidos. Então, escute bem o feedback para que suas ações alcancem um bom potencial futuramente também.
A gestão de projetos é um processo de constante desenvolvimento
Planejar ações sociais envolve lidar com diferentes realidades. A cada novo projeto, novos impactos serão feitos, assim como novas estratégias. Portanto, é um aprendizado que não para.
Por ser algo constante, os indivíduos que participam também se capacitam constantemente. Atualmente, é importante que a empresa seja um lugar de aprendizado e de transformações de pessoas, tanto externa, quanto internamente.
Por fim, trazer mudanças significativas no meio ambiente é algo especial, que nem mesmo o tempo apagará. Sua marca pode abrir portas ou oferecer a bagagem que muitas pessoas precisam para dar um start positivo nos cuidados com o meio ambiente.
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